A FINA ARTE DA NAVEGAÇÃO ALEATÓRIA.

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  • Eu não gosto de notícias…

    Pode chocar, mas se eu quiser ler notícia, entro no estadão, folha, G1, ligo o rádio na CBN, assino algum jornal ou compro uma revista. Não gosto de notícia, assim, a esmo. E realmente não entendo qual é a graça de compartilhar notícia no Fecebook. Tão transformando o Facebook numa Globo News é isso? Parece a CBN em loop infinito. A cada meia tela, as mesmas notícias, publicadas por 3 amigos diferentes. É pra se mostrar antenado? Ou a galera tá trampando como assessor de imprensa de graça? Não que eu seja um alienado e heremita. Mas é que tudo tem lugar e hora. Não preciso saber da invasão da USP a cada 30 segundos. Nem sobre como foi o show da banda Trololo no SWU. Também não tou ocupando Wall Street, não tenho investimentos na bolsa e não compro dólar. Ainda bem que tem a paradinha de bloquear atualizações dos amigos. Se um amigo meu virou um sujeito-press-release, eu tou bloqueando. Mas, mesmo assim, mesmo fechando o facebook, mesmo bloqueando uns amigos-clipping. Sempre que eu entro, vejo notícia que eu não selecionei, que não me interessa e que não vai mudar minha vida em absolutamente nada.

    Mas as notícias estão em todos os lugares! Não consigo fugir. E sempre que eu vejo alguma notícia, eu penso que sempre tem alguém lucrando com aquela notícia. Uma paranóia tipo They Live manja?

    E aí, mesmo que eu não queira, acabo consumindo notícia inútil, por tabela. Como se já não bastasse colocarem notícias em todo santo elevador comercial (fora o termômetro que acaba com qualquer interação de elevador, que sempre começa com a clássica “E esse tempo hein?”). Tem notícia em metrô, ônibus, outdoor e agora tem notícia até no cinema. Tou resmungando sobre o assunto porque depois de muitos meses voltei ao cinema para assistir Contágio no Kinoplex. Nisso, durante os trailers algum gênio marketeiro resolveu usar o espaço publicitário dos trailers pra me vender notícia do Último Segundo. Porra, notícia no cinema é uma proposta equivocada de marketing, pra não dizer grotesca. Normalmente o sujeito vai ao cinema para se entreter, relaxar. Antigamente era um bom canal para se informar, concordo. Mas isso terminou com a segunda guerra. Agora, em cartaz, além de comercial de carro, biscoito, absorvente, temos notícias! E depois a indústria do cinema reclama que a pirataria aumenta. Antes, no cinema, era só trailer. O que continua legal e deveria ser padrão em cinema. Filme + trailer me parece algo lógico. Agora pagar para ver comercial e notícia em uma tela de 9m não é uma experiência agradável. Pelo menos pra mim.

    E pra piorar, grande parte da audiência do cinema tava com um iPhone/Android ligado. Se o cara quiser consumir notícia, é só dar dois cliques e boa. Tá lá o site preferido do sujeito. Agora tou sentado lá, esperando um trailer passar e de repente: bum, o dolar caiu, pow, a bolsa fechou em queda, pof, algum famoso diz que não gosta de jiló e soc, algum político está envolvido com corrupção.

    Já não sou fã de cinema. Muita gente mal educada, sem noção e barulhenta no mesmo lugar para ver um filme que eu posso ver em casa, sem fila, sem propaganda, sem barulho, sem hora marcada em alta resolução e com o botão de pause. Agora, além disso tudo, notícias. Com todo esse “incentivo” ao lazer, depois não vem reclamar que a pirataria cresce ou que que o número de torrents duplica. Combinado?