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Stranger Things: muito hype e pouca história

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Se você ainda não viu a série, não leia.

Stranger Things, a nova série original da Netflix promete muito e entrega pouco. Pra quem nasceu no final dos anos 1970 e começo dos 80, e alugou praticamente tudo que tinha nas locadoras, a série é um apanhado de referências aos filmes que passaram até a exaustão na TV da época: Spielberg (Tubarão, Contatos Imediatos, ET), Viagem ao Mundo dos Sonhos (Explorers), A Coisa, Poltergeist, Goonies, Watchers (O Limite do Terror), Conta Comigo, Firestarter, qualquer filme do John Hughes e do John Carpenter.

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E o problema de Stranger Things é justamente esse: muita referência e pouca história. E a lista de referências é gigantesca. Estão lá: o ritmo de narrativa dos filmes do anos 80, a estilosa sequência de abertura, personagens interessantes, a garotinha paranormal, o MKUltra, o monstro e o universo paralelo, o clima de mistério – típico dos suspenses oitentistas, a trilha sonora sensacional da época, os cenários, os figurinos, a dinâmica dos relacionamentos, teenagers, bicicletas e o Dungeons & Dragons. E é isso. Uma colagem, um resumão do que era clichê nos anos 1980. É um remake tão descarado que até a cena dos moleques fugindo de bike do filme ET está lá. Mas sem ser óbvia, o desfecho é outro, em vez de pedalar voando, o carro da polícia é removido telepaticamente da frente das bikes… E é nesse caminho que a série segue, fazendo com que toda cena pareça um remake de alguma outra cena. Legal ficar caçando referência, mas transformar essa caça em esporte já é demais pra mim. A história em si não traz nenhuma novidade e pelo meio da série já dá para ter uma ideia do final.

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Os cabelos feios dos anos 80 estão lá

Stranger Things não passa de um filme de várias horas que se arrasta na construção dos personagens e deixa a história seguir seu ritmo. Lentamente você é conduzido ao final, e quando chega lá, restam mais perguntas do que respostas, deixando o terreno pronto para uma segunda temporada. Missão cumprida: nasce um universo, milimetricamente arquitetado para quem sofre de saudosismo crônico. Mas é aí que mora o perigo. Não acho que a série tem fôlego para mais 5 temporadas de “telepata versus monstro”…

Para fazer jus ao hype que a série recebe, Stranger Things merecia passar na Sessão da Tarde, dublado. E nada além disso.

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Comentários

3 respostas para “Stranger Things: muito hype e pouca história”

  1. Avatar de Lucas Ayres
    Lucas Ayres

    Turminha do barulho

  2. Avatar de Lucas Ayres
    Lucas Ayres

    Velho, as opiniões aqui do ovelha sempre servem como farol pra mim, e não tem coisa que mais me instigue que uma critica negativa (ou neutra pra negativa). Depois de ler o post parti pra esta mini maratona de 8 episódios e ao final percebi que a série é legal, e só pela aparição dos tupperware no ultimo episódio já vale a pena.

  3. Avatar de Homem Robô
    Homem Robô

    A minha teoria é que essa série foi feita para agradar a todos, usando uma fórmula antiga. Não trouxe nada de novo… mas no geral, é uma série legal sim. Só o hype que é exagerado.

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